domingo, 18 de agosto de 2019

#LogoterapiaeFilmes3: O Morro dos Ventos Uivantes, a Vontade de Sentido e a Vontade de Poder

"Out on the wiley windy moors
We'd roll and fall in green
You had a temper, like my jealousy
Too hot, too greedy
How could you leave me
When I needed to possess you?
I hated you, I loved you too"
(Wuthering Heights)

O filme O Morro dos Ventos Uivantes (1992) foi uma adaptação do livro homônimo da autora inglesa  Emily Brontë (Wuthering Heights, 1847).

(Wuthering Heights, 1847)

Houveram algumas adaptações do livro para o cinema; contudo, algumas destas acabaram omitindo diversos detalhes ou até mesmo partes do livro - e isso faz muita diferença para pessoas que, assim como eu, só assistem a determinados filmes para ver a representação visual da representação mental feita no momento da leitura :) Então, eu escolhi a versão de 1992, estrelada por Ralph Fiennes e Juliette Binoche, que se mantém fiel ao livro em muitos aspectos.

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(Imagem oficial e trailer do filme)

A história é a seguinte: O patriarca da família Earnshaw faz uma viagem e, ao retornar, traz consigo um pequeno órfão, que todos acham ser um cigano e que logo recebe o nome de Heathcliff. A relação entre o patriarca e Heathcliff deixa o filho legítimo, Hindley, com ciúmes, enquanto que Catherine, a irmã de Hindley, se afeiçoa por Heathcliff, tornando-se sua melhor amiga. 
Tudo parece correr bem, até que começam a acontecer algumas situações que acabam desestabilizando Heathcliff: primeiro, o Sr. e a Sra. Earnshaw morrem, e Hindley (herdeiro direto) sujeita Heathcliff a várias humilhações. Depois, apesar do amor entre Heathcliff e Catherine, ela decide casar-se com Edgar Linton - e tanto o livro quanto o filme dão indícios de que esse casamento se dá por questões financeiras. 

Resultado de imagem para wuthering heights juliette binoche ralph fiennes final do filme

Heathcliff parte do Morro dos Ventos Uivantes e, ao voltar, está rico, chamando a atenção de Catherine e despertando ciúmes em Edgar. Contudo, Catherine e Edgar tem uma filha, Cathy, mas Catherine morre logo depois de lhe dar à luz. Heathcliff fica destruído com a morte daquela que ele identificava como seu grande amor e decide vingar-se tanto de Edgar quanto de Hindley. 

Resultado de imagem para wuthering heights ralph fiennes final do filme
(Heathcliff: Eu amo o meu assassino, mas o seu, como eu posso?)

Primeiro, ele casa-se com Isabella, irmã de Edgar - contudo, depois de algum tempo, grávida, ela decide abandona-lo, e enquanto está longe tem um filho, o Linton. Além disso, Hindley perde todos os seus bens para Heathcliff devido ao vício do jogo e da bebida - deste modo, Hareton, filho de Hindley, consequentemente, fica sem herança.
Antes da morte de Edgar, Heathcliff casa Linton e Cathy - que descobre-se sem bens quando Linton morre. Pensando já ter se vingado, Heathcliff percebe-se de repente sozinho, morrendo triste e adoecido. Como último desejo, ele pede para ser enterrado ao lado de Catherine.

Imagem relacionada

O que era sentido para Heathcliff? Em um primeiro momento, Catherine era um sentido para ele - ele a amava e, aparentemente, era por ela correspondido. Contudo, com o afastamento de ambos, Heathcliff decidiu mudar de postura: em vez de partir em busca de sentido, ele decidiu buscar o poder, o que pode ser percebido quando ele volta rico e decide continuar tomando as posses das pessoas que, segundo ele, tiraram Catherine dele. 
A busca pelo poder, assim como a busca pelo prazer, dizem respeito a uma busca da "felicidade pela felicidade" - o que é um movimento autocentrado, uma busca direta pela felicidade. Segundo Frankl (2011), a ideia seria não buscar a felicidade pela felicidade (o que dá origem às supracitadas buscas pelo prazer e pelo poder), assim, de forma direta, mas buscar um sentido para ser feliz. No caso de Heathcliff, ele acreditou piamente que buscar a vingança o faria feliz, aliviando o sentimento de dor e tristeza pela sua história de vida e pela morte da Catherine. Como ele buscou a vingança? Assumindo um lugar de poder em relação às outras pessoas. Contudo, como visto ao longo do filme, isso não resolveu o seu problema, e levou-o à um trágico final.
"Bad dreams in the night
They tell me I was going to lose the fight
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering heights"

Ele poderia ter escolhido uma postura diferente? Sim. Não podemos responsabilizar um destino biológico, ou psicológico ou sociológico - até porque ele poderia ter escolhido um posicionamento diferente. Em vez de aderir à vontade de poder, ele poderia ter ido pela via dos valores atitudinais e, a partir disso, ter buscado outros valores e sentidos para a sua vida - e, através disso, ter encontrado um motivo para ser verdadeiramente feliz.

"Too long I roam in the night
I'm coming back to his side to put it right
I'm coming home to wuthering, wuthering
Wuthering heights

Heathcliff, it's me, Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in your window
Heathcliff, it's me, Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in your window"



Referências:
Livros:
- Frankl, V. E. (1985). Em busca de sentido. Petrópolis, RJ: Vozes.
- Frankl, V. E. (1991). A psicoterapia na prática. Campinas, SP: Papirus.
- Frankl, V.E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus.

Imagens:

Música:
- Kate Bush. Wuthering Heights. Álbum The Kick Inside (1978).

A Visão de Homem na Logoterapia: Antropologia e Ontologia Dimensional

Inúmeras são as tentativas de classificar "o que é o homem". Cada abordagem e cada teoria possui a sua, ancorada em sua filosofia e em sua forma de apreender o ser humano. Com a psicologia não poderia se diferente - cada abordagem da psicologia possui uma visão do que é o ser humano.
Frankl, em seus estudos, percebeu que muitas das abordagens da psicologia acabavam caindo em um reducionismo, preponderante nas ciências, que sustentava-se em uma visão de homem que concebe este como “nada mais que um complexo mecanismo bioquímico, alimentado por um sistema de combustão que leva energia a computadores com prodigiosos recursos de armazenamento de informação codificada” (Frankl, 2011). Frankl chamava a isto de reducionismo porque há a redução do homem a uma única dimensão sua - seja a biológica, seja a psicológica, ou muitas vezes a sua condição sociológica. 
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(Seres humanos em sua constituição bio-psico-sócio-noológica)

Deste modo, em uma tentativa de também se contrapor ao reducionismo, Frankl expôs sua visão de homem a partir do que chamou de antropologia e ontologia dimensional, que leva em consideração as diferenças ontológicas e, principalmente, a unidade antropológica das referidas dimensões, e se funda em duas leis, que serão descritas a seguir:

1. Primeira Lei:
“Quando um mesmo fenômeno é projetado de sua dimensão particular em dimensões diferentes, mais baixas do que a sua própria, as figuras que aparecerão em cada plano serão contraditórias entre si” (Frankl, 2011). Um cilindro tridimensional, projetado para os planos bidimensionais na horizontal e vertical, resulta em um círculo – no primeiro plano – e em um retângulo – no segundo plano. Essas figuras parecem díspares se consideradas isoladamente; mas deixam de ser contraditórias quando percebemos o objeto em si, ou seja, o cilindro.

2. Segunda Lei:
“Quando diferentes fenômenos são projetados de suas dimensões particulares em uma dimensão diferente, mais baixa do que a sua própria, as figuras que aparecerão em cada plano serão ambíguas” (Frankl, 2011). Tem-se um cilindro, um cone e uma esfera (Figura 2); olhando apenas as circunferências, não restam dúvidas de que se tratam de três circunferências idênticas; as projeções não permitem que se perceba o que realmente há sobre as projeções, ou seja, o cilindro, o cone e a esfera.

(Primeira e segunda leis, respectivamente)

O que Frankl quis demonstrar com essas analogias - e, o mais importante, o que podemos aprender com elas? Que enquanto o ser humano for observado através das suas projeções físicas e psicológicas, a unidade do ser será perdida. Estaremos sempre atentando a um ponto, e esquecendo da unidade bio-psico-noológica. É importante ver o homem em sua totalidade, em sua unidade e, principalmente, em sua singularidade.

Referências:
Livros:
- - Frankl, V. E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus. 

Imagens:
- Não tenho referência da segunda imagem. Quem tiver, por favor, me repasse :)




Evento "A Logoterapia É Óbvia"

Queridos e queridas, venho com muita felicidade anunciar o primeiro evento "A Logoterapia é Óbvia"!
Este, com o tema "O que é a Logoterapia e Análise Existencial?", visa tratar sobre os os conceitos principais da Logoterapia - além, é claro, de tirar as dúvidas dos participantes sobre o tema.


Teremos um evento "A Logoterapia é Óbvia" por mês, para discutir temas a partir da Logoterapia.
E aí, qual tema você gostaria que fosse discutido? Deixe nos comentários :)

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Tríade Trágica Negativa e a Frustração da Vontade de Sentido

Em outra postagem, falamos sobre a tríade trágica positiva (aqui http://alogoterapiaeobvia.blogspot.com/2019/08/triade-tragica-positiva-e-otimismo.html) . Hoje conversaremos sobre a tríade trágica negativa.

Mas por que uma face positiva e uma negativa? 
A Tríade Trágica Positiva abre a possibilidade para o otimismo trágico, para a reafirmação do sentido da vida apesar do sofrimento, da culpa e da morte. Há a reafirmação do sentido da vida e do valor atitudinal.
A Tríade Trágica Negativa, por sua vez, é originada a partir da falta de sentido. As pessoas que se sentem frustradas em sua vontade de sentido tendem a um movimento centrífugo - de fuga de si mesmas, afastando-se do seu vazio interior. 
Esta tríade é formada pela adicção, depressão e agressão. 
1. Na adicção, a pessoa usa substâncias psicoativas e usualmente fica "fora da realidade" - o que Frankl (2012) chamava de "suicídio crônico", uma vez que a pessoa fica longe de si por longos períodos de tempo - submersa nas substâncias utilizadas. 
2. A depressão, que em muitos casos pode levar ao suicídio/ tentativas de suicídio. No entanto, é importante ressaltar que nem sempre a depressão é ocasionada por questões relacionadas à falta de sentido: há questões relacionadas à dimensão psicofísica também! ;)
3. A agressão, por sua vez, diz respeito à violência contra o outro - e contra si mesmo também. Nesse último caso, falamos em automutilação, um fenômeno cada vez mais comum em nossa atualidade.

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Segundo Frankl (2012), muito mais importante do que perguntar o porquê de alguém usar drogas, ou tentar o suicídio, ou se utilizar de violência, é perguntar o quê mantém a pessoa longe dessa tríade. Isso, sim, precisa ser o nosso foco de atenção e de esforço, pois pode nos trazer indícios do que é sentido para aquela pessoa :)

Fonte:

Livro:
- Frankl, V. E. (2012). Logoterapia e Análise Existencial: textos de seis décadas. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

domingo, 11 de agosto de 2019

#LogoterapiaeMúsica 1: Felicidade (Marcelo Jeneci)

"Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz
Sentirá o ar sem se mexer
Sem desejar como antes sempre quis
(...) Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz,
Se chorar, chorar é vão,
Porque os dias vão para nunca mais..."
(Felicidade - Marcelo Jeneci)

Primeiramente, gostaria de dizer que essa música me encanta desde a primeira vez que eu a ouvi. Sua sensibilidade e leveza são tocantes - especialmente por tratar de um tema tão sério e tão subjetivo: o sofrimento e a felicidade. Afinal, o que é felicidade? Como podemos ser felizes?
Vivemos na sociedade do status e fotos. As redes sociais ditam o que é felicidade - que é estar sempre sorrindo, não é verdade? Ou viajando, ou com "alguma foto lacradora e uma frase de efeito". Você não é feliz e quer compartilhar; você é feliz porque as pessoas curtem e compartilham suas postagens. 
Mas e quanto aos dias em que não dá para sorrir? Aqueles dias em que parece que nada está certo e que tudo só tende a "dar errado"? 
"Tem vez que as coisas pesam mais 
Do que a gente acha que pode aguentar,
Nessa hora fique firme pois tudo isso logo vai passar,
Você vai rir... Sem perceber...
Felicidade é só questão de ser,
Quando chover... Deixa molhar...
Pra receber o sol quando voltar"

Segundo a música, "é só deixar molhar quando chover, pra receber o sol quando voltar" - o que traz implícita a ideia de que o sol ainda volta, apesar da chuva. Podemos fazer uma ligação com o Otimismo Trágico de Frankl: a ideia de que a vida sempre tem um sentido, apesar de tudo. Apesar do sofrimento, apesar da culpa, e até mesmo apesar da finitude, a vida sempre tem o sentido. O que pode acontecer é que o sentido possa ficar obscurecido/ escondido devido a alguma situação ou circunstância - mas ele sempre esta lá.
 "Melhor viver meu bem,
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar na chuva
Quando a chuva vem"

Nesse sentido, o que é felicidade? É o resultado da realização do sentido - é só lembrar, por exemplo, da sensação de realizar um valor criacional ou um vivencial: como você se sente realizando um trabalho que faz sentido para você? Ou contemplando uma paisagem? Ou ainda, estando ao lado de alguém que você ama? Esse sentimento pode ser descrito como felicidade. 

Contudo, cabe uma ressalva: a felicidade não pode ser perseguida - ela é tão fluida como uma borboleta. E, assim como as borboletas precisam de um sentido para se aproximar, a felicidade precisa de um sentido para aparecer. 

"Você vai rir... Sem perceber...
Felicidade é só questão de ser,
Quando chover... Deixa molhar...
Pra receber o sol quando voltar."

* Link do youtube para a música: https://www.youtube.com/watch?v=s2IAZHAsoLI
* Música: Felicidade. Marcelo Jeneci. Som Livre (2011).

#LogoterapiaeMúsica

Agora, além do #LogoterapiaeFilmes, há também o #LogoterapiaeMúsica! 
A ideia é que possamos dialogar sobre também sobre músicas e seu conteúdo a partir da ótica da Logoterapia e Análise Existencial - afinal, como o próprio nome do blog ja diz, a Logoterapia é Óbvia :)

Sintam-se a vontade para comentar, opinar e interagir - de forma respeitosa, sempre :)

Tríade Trágica Positiva e Otimismo Trágico

Viktor Frankl, ao longo de sua obra, cunhou o termo tríade trágica. Existem duas "versões" da tríade trágica: a positiva e a negativa - porém, hoje, falaremos apenas da positiva

A tríade trágica positiva é marcada por sofrimento-culpa-morte, e diz respeito a uma manifestação de ordem antropológica, isto é, que é comum a todos os seres vivos. Afinal, quem nunca sofreu? Quem nunca sentiu culpa? Quem nunca morrerá?

"(...) não há um único ser humano que possa dizer que jamais sofreu, 
que jamais falhou e que não morrerá" (Frankl, 2011, p.94)

Essa tríade se encontra diretamente interligada aos valores de atitude (quem quiser rever os valores, só procurar aqui http://alogoterapiaeobvia.blogspot.com/2019/06/classes-de-valores.html) - contudo, é importante ressaltar que não é só ao sofrimento que os valores de atitude dizem respeito: há também a possibilidade de encontrar sentido diante de situações de culpa e morte. Mas como?
O sofrimento nos traz a possibilidade de ressignificação da nossa própria existência: amadurecer, aprender com ele, nos transformarmos em alguém diferente do que éramos. Afinal, quem sai da mesma forma diante de uma situação de sofrimento?

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A culpa é um tipo diferente de sofrimento, pois a pessoa se considera responsável por o estar infligindo a si mesma ou a outrem. O que usualmente não paramos para pensar é que a culpa, na verdade, é um privilégio do ser humano - PRIVILÉGIO SIM!, porque nos dá a possibilidade de refletir sobre aquilo que falhamos e, deste modo, baseado em nossos sentidos, valores, em nossa liberdade e responsabilidade, mudar a situação e a nós mesmos. 
Deste modo, o ser humano transforma a culpa em mudança quando toma uma atitude perante ela, quando a relaciona com sentidos, liberdade e responsabilidade, já que a culpa aparece na medida em que a pessoa não realiza as suas possibilidades de sentido. 
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A morte é um tema tabu em nossa sociedade. As pessoas tem medo de refletir sobre a finitude da vida - talvez porque vejam como um fim, como uma linha de chegada, mas não precisa ser assim! Porque quando falamos em morte também falamos em vida, falamos em sentidos realizados e a realizar até chegar no limiar, na "linha de chegada".  
A vida é perene, é um sopro. Mas isso não faz com que ela perca o valor: muito pelo contrário! Isso que a torna ainda mais valiosa :)


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Contudo, é importante ressaltar que acreditar que a vida tem um sentido auxilia o sujeito a suportar um grande sofrimento, a culpa ou a iminência da morte - justamente porque há a crença em um sentido último para toda a situação, para a vida de modo geral. A essa crença no sentido "apesar de tudo", Frankl denominou de Otimismo Trágico.

"dar testemunho do potencial, unicamente humano, que, em sua forma mais alta, deve transformar uma tragédia em um triunfo pessoal, deve mudar a situação difícil em que o indivíduo está em um sucesso humano"  (Frankl, 2005, p.33)

E você? Já parou para refletir sobre a forma como você tem enfrentado o sofrimento? Como você tem enfrentado as situações de culpa em sua vida? E a finitude?


Referências:
Imagens:
http://hoje.unisul.br/a-morte-como-imagem-da-vida/
https://www.r2psicologia.com.br/o-sentimento-de-culpa/
https://amenteemaravilhosa.com.br/culpa-patologica-sua-rede/

Livros:

- Frankl, V. E. (2005). Um sentido para a vida: psicoterapia e humanismo. Aparecida: Ideias e Letras. 
- Frankl, V. E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus.