terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Feliz 2020!

Em 2019, pude realizar diversos sentidos - entre os quais, a reativação deste blog.

Como já dito em postagens anteriores, o "A Logoterapia É Óbvia" tem a finalidade de discutir assuntos relacionados à Logoterapia e Análise Existencial, trazendo uma visão embasada sobre essa abordagem que, apesar de contemporânea à psicanálise freudiana, ainda é pouco conhecida - e, por isso, ainda cercada por mitos e preconceitos.

Agradeço a cada pessoa que dispôs do seu tempo para a leitura das postagens. Para o compartilhamento dos conteúdos. Para a multiplicação da obra maravilhosa deixada por Viktor Frankl. O legado dele é imenso e maravilhoso - e merece ser discutido com rigor e embasamento.

Para 2020, eu desejo que possamos continuar trilhando neste percurso. Que mais vidas possam ser tocadas pela Logoterapia e Análise Existencial. Que mais sentidos possam ser descobertos - e realizados. E que mais e mais pessoas possam ter acesso ao legado de Frankl - e de seus seguidores e colaboradores.

Muito obrigada por 2019. E sigamos, que ainda há um ano inteiro de novas experiências e possibilidades!!!






quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Logoterapia e Religião - e a Psicologia como pano de fundo

Primeiramente, é importante ressaltar que meu papel aqui não é o de levantar bandeiras para uma ou outra religião, mas o de esclarecer uma questão muito comum em se tratando da logoterapia: a sua relação com a religião.



Muitas pessoas me procuram para estudar a Logoterapia com o seguinte argumento: "eu gostaria de seguir pela Logoterapia porque é uma parte da psicologia que respeita a minha religião"/ "é uma abordagem cristã"/ "tem tudo a ver com o Cristianismo". Queridos e queridas, sinto informar que esta informação está completamente equivocada, e eis algumas razões: 
1. Equivocada porque a intenção da psicologia enquanto um todo não é a doutrinação. Não é provar que a ciência está acima da fé, ou vice-versa, em nenhum aspecto, em nenhuma abordagem. Mas compreender o sujeito em suas diversas nuances e auxiliar esse sujeito a fazer modificações em sua vida - de acordo com as queixas apresentadas, de acordo com o contexto, de acordo com o sujeito e sua organização bio-psico-social. Isso sim é psicologia: uma ciência que não desconsidera as subjetividades dos sujeitos.


2. Equivocada porque a Logoterapia também não tem por intenção doutrinar ou pregar ou instruir pessoas a respeito de vertentes de ordem religiosa. Essa crença é muito comum, infelizmente, em especial devido à dimensão noética - traduzida para o português como espiritual. No Brasil, o espiritual tem conotação religiosa; contudo, é importante ressaltar que para a logoterapia não (para saber mais sobre, leiam esta outra postagem http://alogoterapiaeobvia.blogspot.com/2019/04/ser-humano-tridimensional.html).
Mas Bruna, e se chegar algum religioso para atendimento? O que faremos?


Acolheremos. Porque, antes de tudo, somos psicólogos - e a escuta é fundamental para o nosso trabalho. E antes de psicólogos, somos seres humanos - e aprendemos que a empatia é fundamental nas relações humanas.

ATENÇÃO: estou falando de uma perspectiva científica, uma vez que meu lugar de fala é da psicologia. Isso não impede que outras vertentes cientificas leiam e coloquem em prática a logoterapia. Já conheci logoterapeutas filósofos, médicos, padres, professores, pastores - e cada um deles associando a sua prática à Logoterapia.   


Referências:
Livros:
- Frankl, V. E. (1985). Em busca de sentido. Petrópolis, RJ: Vozes.
- Frankl, V.E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus.

Imagens:



quarta-feira, 13 de novembro de 2019

#LogoterapiaeFilmes4: Procurando Dory e a Vontade de Sentido

"Olá! Meu nome é Dory e eu sofro de perda de memória recente"


Na primeira vez em que eu assisti ao filme "Procurando Dory", eu simplesmente não consegui conter as ligações que meu cérebro começou a fazer entre o filme e a Logoterapia - e, por isso, fiz inclusive um evento "A Logoterapia é Óbvia" apenas para discutir as questões relacionadas entre os dois assuntos!


A história relatada em “Procurando Dory” acontece exatamente um ano depois dos eventos relatados em “Procurando Nemo”. Nesse sentido, o filme é organizado em flashes – que contam a história da personagem principal (ao mesmo tempo em que esta recebe as pistas sobre seu passado). 


Dory recebeu um diagnóstico devido à sintomatologia de perda de memória recente - tanto que ela é conhecida por esquecer as informações que lhe eram passadas. O diagnóstico não é dito ao longo do filme, mas é perceptível que as pessoas que conheciam a Dory temiam pela decisão dela de procurar os pais - o que, diga-se de passagem, ela consegue! 

“O homem não é livre de suas contingências, 
mas é livre para se posicionar perante elas”.
(Viktor Frankl)

Entre várias questões observadas no filme, eu escolhi, neste texto, focar especificamente em uma: a vontade de sentido, elemento que amarra todas as histórias transversais que aparecem no filme. 
Segundo Frankl (2011, p.50), a vontade de sentido “pode ser definido como o esforço mais básico do homem na direção de encontrar e realizar sentidos e propósitos" - isto é, é a capacidade unicamente humana de encontrar e realizar apesar das contingências e dos condicionantes aos quais estamos todos submetidos. 


Como a vontade de sentido pode ser observada no filme? Bom, como já relatado anteriormente, a Dory consegue encontrar os seus pais. Apesar de toda a descrença ao seu redor, apesar das dificuldades encontradas, apesar de todas as contingências e condicionamentos, a Dory consegue encontrar seus pais - e, no caminho, ainda auxilia diversos outros personagens a reencontrarem os sentidos das suas vidas. Ou seja: haja vontade de sentido, valores atitudinais e, como consequência, valores criativos e vivenciais ;)



“O que importa, logo, não são os condicionantes psicológicos, ou os instintos por si mesmos, mas, sim, a atitude que tomamos diante deles. É a capacidade de posicionar-se dessa maneira que faz de nós seres humanos”
(Viktor Frankl)


Referências
- Frankl, V. E. (1985). Em busca de sentido. Petrópolis, RJ: Vozes.
- Frankl, V.E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus.

Imagens:





quinta-feira, 17 de outubro de 2019

#LogoterapiaeMúsica 2: Dia Especial (Tiago Iorc)

*Texto escrito por Lucas Garcia, aluno da graduação de Psicologia da Faculdade Pitágoras de São Luís/MA, e gentilmente cedido pelo próprio autor para a publicação aqui. Muito obrigada pela valiosa contribuição, Lucas :)

“Se alguém 
Já lhe deu a mão 
E não pediu mais nada em troca,
Pense bem, pois é um dia especial”.

A princípio, essa música possui uma riqueza singela pra mim. Pois ao mesmo tempo em que ela me permite refletir sobre a vivência da plenitude do amor e/ou amizade através da canção, me faz refletir sobre a escassez de “dias especiais” na contemporaneidade, que são representados através da escassez de afeto, de encontros genuínos, de generosidade, etc. Isto é o que podemos denominar de “dias sem cor”, caracterizados pelo narcisismo, hedonismo, niilismo, e diversos outros “ismos”, que se fazem presentes em nossa sociedade. Em decorrência disso o ser humano têm criado barreiras, bloqueios e mecanismos de defesa para/ao relacionar-se com o outro, isto é, quando se busca essa experiência, devido à liquidez das relações que se caracterizam pela falta de confiança, afeto, reciprocidade, etc.

“Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
E acordei nesse mundo marginal.”

Martin Buber, filósofo e teólogo, desenvolveu uma filosofia baseada no diálogo/encontro genuíno, compreendendo o homem a partir das múltiplas relações concretas que o ser humano estabelece com os outros seres no mundo. A filosofia do diálogo de Buber (2010) nos fala sobre um modo de olhar o homem como sendo constituído de forma relacional, ou seja, para o pensamento dialógico, o homem só é na relação concreta com o outro no mundo e, a partir dessa relação. Para tanto, Buber (2010) fala que a nossa atitude pode ser dupla diante do outro, existindo, então, dois modos ontológicos de se relacionar com o mundo. O modo EU-TU e o modo EU-ISSO. O modo EU-ISSO é a forma de ser fática, objetiva e explicativa, é o modo que opera em uma racionalidade utilitarista, uma vez que é uma relação entre sujeito e objeto, na qual o sujeito manipula e usa o objeto. Estabelecer uma relação EU-ISSO com o outro é tomá-lo como coisa, como algo a ser manipulado, manuseado, conceituado e rotulado. 
Esse modo de relação e de encontro tem se perpetuado nas sociedades contemporâneas, muito bem representado pelo pensador e filósofo Zygmunt Bauman em suas obras literárias. Já o modo EU-TU, se caracteriza pela forma de ser facultativa, atual e presente, que emerge no fluxo da vivência imediata de um TU, portanto, de uma alteridade radical e irredutível. Isso quer dizer que na relação EU-TU não há manipulações ou explicações, mas sim a partilha gratuita e despretensiosa de sentidos, uma inter-afetação, uma experiência vivida com o outro, na qual ambos saem transformados. Para Frankl, não é diferente. Para ele, as relações são fundamentais, pois proporciona a realização de sentidos através dos valores vivenciais e atitudinais. Os valores vivenciais podem ser encontrados na vivência de uma situação ou nos encontros humanos (é importante ressaltar que aqui estamos falando dos encontros em sua forma genuína, quando há prazer e intencionalidade nas duas partes – excluindo, então, os relacionamentos abusivos, nos quais há “prazer” em uma parte e sofrimento e angústia na outra). 
Algumas pessoas associam os valores vivenciais apenas ao amor encontrado nos relacionamentos afetivos – o que é, de fato, uma forma reducionista de conceber os valores vivenciais. Eles podem estar presentes em outras situações, tais como a experiência de um momento único, a apreciação de uma paisagem, obra de arte, ou em um encontro genuíno com outro ser humano, como é descrito pela música – “mas te vejo e sinto o brilho desse olhar, que me acalma e me trás força pra encarar tudo”. Já o valor atitudinal diz respeito à atitude tomada por nós quando estamos diante do sofrimento inevitável – diante do qual não vemos possibilidade de criar algo para o mundo ou de receber dele. Viktor Frankl, em seu livro Em busca de sentido, relata que mesmo em situações de sofrimento extremo, em situações em que não parece haver esperança, diante de uma fatalidade que não pode ser mudada – ainda assim podemos encontrar sentido. Nesse caso, quando não podemos criar ou receber algo do mundo, somos então desafiados a mudar a nós mesmos: mudando a nossa postura diante da situação em questão. 
Portanto, podemos ter uma atitude diante dos “ismos” e das relações líquidas, através dos valores vivenciais. Se permitindo ter um contato pessoal com o outro, genuíno e verdadeiro, como diz a música – “mas te vejo e sinto o brilho desse olhar, que me acalma e me traz força pra encarar tudo”. 

“Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo...”

Concluindo, deixo uma pergunta para reflexão: qual é a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa? 

Referências:
- Frankl, V.E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus.
- Buber, M. (2010) Eu e Tu. São Paulo: Centauro.

* Link do youTube para a música:
https://www.youtube.com/watch?v=IVHayTegflg&feature=youtu.be

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Eventos ALEO

Queridos e queridas, no último dia 25 tivemos mais uma edição do "A Logoterapia É Óbvia". Nesta edição, falamos sobre a fome por sentido - já falada por Frankl, e tão presente em nossa época. 

Foto de divulgação do nosso último ALEO

No pós guerra (das duas grandes guerras mundiais), muitas pessoas ficaram em situação de extrema pobreza: sem ter o que vestir, sem ter o que comer - e nesse contexto, a fome por pão foi por muito tempo predominante. Contudo, quando esta fome foi sanada, uma outra fome apareceu: as pessoas tem buscado por algo que as motive a levantar da cama cotidianamente - apesar de todas as dificuldades e frustrações cotidianas. As pessoas tem buscado cada vez mais por sentido

Registro do ALEO: Fome por pão e fome por sentido

Com essa segunda edição do ALEO, foi possível perceber que mais pessoas estão se aproximando da teoria Logoterapia e Análise Existencial, deixando de lado os estereótipos e preconceitos e se interessando em estudar a obra relacionada. Os feedbacks tem sido maravilhosos, e isso, por si só, já é muito enriquecedor! Por isso, no mês de outubro, faremos uma edição especial ;)


Nesse mês, faremos uma edição do #Logoterapiaefilmes - e discutiremos a vontade de sentido no filme Procurando Dory. ATENÇÃO: é importante que você já tenha assistido ao filme, pois ele não será transmitido no evento ;)

Aguardo você lá!



sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Autodistanciamento e Autotranscendência

Como já vimos em postagens anteriores,  o homem não é livre de suas contingências, mas é livre para posicionar-se diante delas, independentemente das condições que lhe sejam apresentadas. Esse posicionar-se, segundo Frankl (2011), pode ser descrito enquanto autodistanciamento e autotranscendência.
O autodistanciamento (Frankl, 2011) diz respeito à capacidade humana de distanciar-se de qualquer condição, ou de si mesmo, escolhendo uma atitude, posicionando-se.  Ela pode ser encontrada nas formas de heroísmo – como nos campos de concentração, ou em outras situações extremas – e humor.

Exemplo de heroísmo - autodistanciamento


O homem também é capaz de transcender a si mesmo tanto em direção a um outro ser, no amor,  quanto  em busca de um sentido, através do órgão do sentido, a consciência (Fizzoti, 1996; Frankl, 2011). Frankl denominou esse fenômeno de autotranscendência. O amor é a capacidade de transcender a si mesmo, indo apreender o outro em sua genuína singularidade; a consciência, por sua vez, é a capacidade de transcender a si, buscando apreender o sentido em uma situação singular.

Amor e consciência - autotranscendência


Referências
Imagens:

Livros:
- Fizzotti, E. (1996). Conquista da liberdade: Proposta da Logoterapia de Viktor Frankl. São Paulo: Paulinas.
- Frankl, V.E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus.


domingo, 18 de agosto de 2019

#LogoterapiaeFilmes3: O Morro dos Ventos Uivantes, a Vontade de Sentido e a Vontade de Poder

"Out on the wiley windy moors
We'd roll and fall in green
You had a temper, like my jealousy
Too hot, too greedy
How could you leave me
When I needed to possess you?
I hated you, I loved you too"
(Wuthering Heights)

O filme O Morro dos Ventos Uivantes (1992) foi uma adaptação do livro homônimo da autora inglesa  Emily Brontë (Wuthering Heights, 1847).

(Wuthering Heights, 1847)

Houveram algumas adaptações do livro para o cinema; contudo, algumas destas acabaram omitindo diversos detalhes ou até mesmo partes do livro - e isso faz muita diferença para pessoas que, assim como eu, só assistem a determinados filmes para ver a representação visual da representação mental feita no momento da leitura :) Então, eu escolhi a versão de 1992, estrelada por Ralph Fiennes e Juliette Binoche, que se mantém fiel ao livro em muitos aspectos.

Resultado de imagem para wuthering heights juliette binoche ralph fiennes
(Imagem oficial e trailer do filme)

A história é a seguinte: O patriarca da família Earnshaw faz uma viagem e, ao retornar, traz consigo um pequeno órfão, que todos acham ser um cigano e que logo recebe o nome de Heathcliff. A relação entre o patriarca e Heathcliff deixa o filho legítimo, Hindley, com ciúmes, enquanto que Catherine, a irmã de Hindley, se afeiçoa por Heathcliff, tornando-se sua melhor amiga. 
Tudo parece correr bem, até que começam a acontecer algumas situações que acabam desestabilizando Heathcliff: primeiro, o Sr. e a Sra. Earnshaw morrem, e Hindley (herdeiro direto) sujeita Heathcliff a várias humilhações. Depois, apesar do amor entre Heathcliff e Catherine, ela decide casar-se com Edgar Linton - e tanto o livro quanto o filme dão indícios de que esse casamento se dá por questões financeiras. 

Resultado de imagem para wuthering heights juliette binoche ralph fiennes final do filme

Heathcliff parte do Morro dos Ventos Uivantes e, ao voltar, está rico, chamando a atenção de Catherine e despertando ciúmes em Edgar. Contudo, Catherine e Edgar tem uma filha, Cathy, mas Catherine morre logo depois de lhe dar à luz. Heathcliff fica destruído com a morte daquela que ele identificava como seu grande amor e decide vingar-se tanto de Edgar quanto de Hindley. 

Resultado de imagem para wuthering heights ralph fiennes final do filme
(Heathcliff: Eu amo o meu assassino, mas o seu, como eu posso?)

Primeiro, ele casa-se com Isabella, irmã de Edgar - contudo, depois de algum tempo, grávida, ela decide abandona-lo, e enquanto está longe tem um filho, o Linton. Além disso, Hindley perde todos os seus bens para Heathcliff devido ao vício do jogo e da bebida - deste modo, Hareton, filho de Hindley, consequentemente, fica sem herança.
Antes da morte de Edgar, Heathcliff casa Linton e Cathy - que descobre-se sem bens quando Linton morre. Pensando já ter se vingado, Heathcliff percebe-se de repente sozinho, morrendo triste e adoecido. Como último desejo, ele pede para ser enterrado ao lado de Catherine.

Imagem relacionada

O que era sentido para Heathcliff? Em um primeiro momento, Catherine era um sentido para ele - ele a amava e, aparentemente, era por ela correspondido. Contudo, com o afastamento de ambos, Heathcliff decidiu mudar de postura: em vez de partir em busca de sentido, ele decidiu buscar o poder, o que pode ser percebido quando ele volta rico e decide continuar tomando as posses das pessoas que, segundo ele, tiraram Catherine dele. 
A busca pelo poder, assim como a busca pelo prazer, dizem respeito a uma busca da "felicidade pela felicidade" - o que é um movimento autocentrado, uma busca direta pela felicidade. Segundo Frankl (2011), a ideia seria não buscar a felicidade pela felicidade (o que dá origem às supracitadas buscas pelo prazer e pelo poder), assim, de forma direta, mas buscar um sentido para ser feliz. No caso de Heathcliff, ele acreditou piamente que buscar a vingança o faria feliz, aliviando o sentimento de dor e tristeza pela sua história de vida e pela morte da Catherine. Como ele buscou a vingança? Assumindo um lugar de poder em relação às outras pessoas. Contudo, como visto ao longo do filme, isso não resolveu o seu problema, e levou-o à um trágico final.
"Bad dreams in the night
They tell me I was going to lose the fight
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering heights"

Ele poderia ter escolhido uma postura diferente? Sim. Não podemos responsabilizar um destino biológico, ou psicológico ou sociológico - até porque ele poderia ter escolhido um posicionamento diferente. Em vez de aderir à vontade de poder, ele poderia ter ido pela via dos valores atitudinais e, a partir disso, ter buscado outros valores e sentidos para a sua vida - e, através disso, ter encontrado um motivo para ser verdadeiramente feliz.

"Too long I roam in the night
I'm coming back to his side to put it right
I'm coming home to wuthering, wuthering
Wuthering heights

Heathcliff, it's me, Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in your window
Heathcliff, it's me, Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in your window"



Referências:
Livros:
- Frankl, V. E. (1985). Em busca de sentido. Petrópolis, RJ: Vozes.
- Frankl, V. E. (1991). A psicoterapia na prática. Campinas, SP: Papirus.
- Frankl, V.E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus.

Imagens:

Música:
- Kate Bush. Wuthering Heights. Álbum The Kick Inside (1978).

A Visão de Homem na Logoterapia: Antropologia e Ontologia Dimensional

Inúmeras são as tentativas de classificar "o que é o homem". Cada abordagem e cada teoria possui a sua, ancorada em sua filosofia e em sua forma de apreender o ser humano. Com a psicologia não poderia se diferente - cada abordagem da psicologia possui uma visão do que é o ser humano.
Frankl, em seus estudos, percebeu que muitas das abordagens da psicologia acabavam caindo em um reducionismo, preponderante nas ciências, que sustentava-se em uma visão de homem que concebe este como “nada mais que um complexo mecanismo bioquímico, alimentado por um sistema de combustão que leva energia a computadores com prodigiosos recursos de armazenamento de informação codificada” (Frankl, 2011). Frankl chamava a isto de reducionismo porque há a redução do homem a uma única dimensão sua - seja a biológica, seja a psicológica, ou muitas vezes a sua condição sociológica. 
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(Seres humanos em sua constituição bio-psico-sócio-noológica)

Deste modo, em uma tentativa de também se contrapor ao reducionismo, Frankl expôs sua visão de homem a partir do que chamou de antropologia e ontologia dimensional, que leva em consideração as diferenças ontológicas e, principalmente, a unidade antropológica das referidas dimensões, e se funda em duas leis, que serão descritas a seguir:

1. Primeira Lei:
“Quando um mesmo fenômeno é projetado de sua dimensão particular em dimensões diferentes, mais baixas do que a sua própria, as figuras que aparecerão em cada plano serão contraditórias entre si” (Frankl, 2011). Um cilindro tridimensional, projetado para os planos bidimensionais na horizontal e vertical, resulta em um círculo – no primeiro plano – e em um retângulo – no segundo plano. Essas figuras parecem díspares se consideradas isoladamente; mas deixam de ser contraditórias quando percebemos o objeto em si, ou seja, o cilindro.

2. Segunda Lei:
“Quando diferentes fenômenos são projetados de suas dimensões particulares em uma dimensão diferente, mais baixa do que a sua própria, as figuras que aparecerão em cada plano serão ambíguas” (Frankl, 2011). Tem-se um cilindro, um cone e uma esfera (Figura 2); olhando apenas as circunferências, não restam dúvidas de que se tratam de três circunferências idênticas; as projeções não permitem que se perceba o que realmente há sobre as projeções, ou seja, o cilindro, o cone e a esfera.

(Primeira e segunda leis, respectivamente)

O que Frankl quis demonstrar com essas analogias - e, o mais importante, o que podemos aprender com elas? Que enquanto o ser humano for observado através das suas projeções físicas e psicológicas, a unidade do ser será perdida. Estaremos sempre atentando a um ponto, e esquecendo da unidade bio-psico-noológica. É importante ver o homem em sua totalidade, em sua unidade e, principalmente, em sua singularidade.

Referências:
Livros:
- - Frankl, V. E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus. 

Imagens:
- Não tenho referência da segunda imagem. Quem tiver, por favor, me repasse :)




Evento "A Logoterapia É Óbvia"

Queridos e queridas, venho com muita felicidade anunciar o primeiro evento "A Logoterapia é Óbvia"!
Este, com o tema "O que é a Logoterapia e Análise Existencial?", visa tratar sobre os os conceitos principais da Logoterapia - além, é claro, de tirar as dúvidas dos participantes sobre o tema.


Teremos um evento "A Logoterapia é Óbvia" por mês, para discutir temas a partir da Logoterapia.
E aí, qual tema você gostaria que fosse discutido? Deixe nos comentários :)

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Tríade Trágica Negativa e a Frustração da Vontade de Sentido

Em outra postagem, falamos sobre a tríade trágica positiva (aqui http://alogoterapiaeobvia.blogspot.com/2019/08/triade-tragica-positiva-e-otimismo.html) . Hoje conversaremos sobre a tríade trágica negativa.

Mas por que uma face positiva e uma negativa? 
A Tríade Trágica Positiva abre a possibilidade para o otimismo trágico, para a reafirmação do sentido da vida apesar do sofrimento, da culpa e da morte. Há a reafirmação do sentido da vida e do valor atitudinal.
A Tríade Trágica Negativa, por sua vez, é originada a partir da falta de sentido. As pessoas que se sentem frustradas em sua vontade de sentido tendem a um movimento centrífugo - de fuga de si mesmas, afastando-se do seu vazio interior. 
Esta tríade é formada pela adicção, depressão e agressão. 
1. Na adicção, a pessoa usa substâncias psicoativas e usualmente fica "fora da realidade" - o que Frankl (2012) chamava de "suicídio crônico", uma vez que a pessoa fica longe de si por longos períodos de tempo - submersa nas substâncias utilizadas. 
2. A depressão, que em muitos casos pode levar ao suicídio/ tentativas de suicídio. No entanto, é importante ressaltar que nem sempre a depressão é ocasionada por questões relacionadas à falta de sentido: há questões relacionadas à dimensão psicofísica também! ;)
3. A agressão, por sua vez, diz respeito à violência contra o outro - e contra si mesmo também. Nesse último caso, falamos em automutilação, um fenômeno cada vez mais comum em nossa atualidade.

Resultado de imagem para depressão, adição e agressão

Segundo Frankl (2012), muito mais importante do que perguntar o porquê de alguém usar drogas, ou tentar o suicídio, ou se utilizar de violência, é perguntar o quê mantém a pessoa longe dessa tríade. Isso, sim, precisa ser o nosso foco de atenção e de esforço, pois pode nos trazer indícios do que é sentido para aquela pessoa :)

Fonte:

Livro:
- Frankl, V. E. (2012). Logoterapia e Análise Existencial: textos de seis décadas. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

domingo, 11 de agosto de 2019

#LogoterapiaeMúsica 1: Felicidade (Marcelo Jeneci)

"Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz
Sentirá o ar sem se mexer
Sem desejar como antes sempre quis
(...) Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz,
Se chorar, chorar é vão,
Porque os dias vão para nunca mais..."
(Felicidade - Marcelo Jeneci)

Primeiramente, gostaria de dizer que essa música me encanta desde a primeira vez que eu a ouvi. Sua sensibilidade e leveza são tocantes - especialmente por tratar de um tema tão sério e tão subjetivo: o sofrimento e a felicidade. Afinal, o que é felicidade? Como podemos ser felizes?
Vivemos na sociedade do status e fotos. As redes sociais ditam o que é felicidade - que é estar sempre sorrindo, não é verdade? Ou viajando, ou com "alguma foto lacradora e uma frase de efeito". Você não é feliz e quer compartilhar; você é feliz porque as pessoas curtem e compartilham suas postagens. 
Mas e quanto aos dias em que não dá para sorrir? Aqueles dias em que parece que nada está certo e que tudo só tende a "dar errado"? 
"Tem vez que as coisas pesam mais 
Do que a gente acha que pode aguentar,
Nessa hora fique firme pois tudo isso logo vai passar,
Você vai rir... Sem perceber...
Felicidade é só questão de ser,
Quando chover... Deixa molhar...
Pra receber o sol quando voltar"

Segundo a música, "é só deixar molhar quando chover, pra receber o sol quando voltar" - o que traz implícita a ideia de que o sol ainda volta, apesar da chuva. Podemos fazer uma ligação com o Otimismo Trágico de Frankl: a ideia de que a vida sempre tem um sentido, apesar de tudo. Apesar do sofrimento, apesar da culpa, e até mesmo apesar da finitude, a vida sempre tem o sentido. O que pode acontecer é que o sentido possa ficar obscurecido/ escondido devido a alguma situação ou circunstância - mas ele sempre esta lá.
 "Melhor viver meu bem,
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar na chuva
Quando a chuva vem"

Nesse sentido, o que é felicidade? É o resultado da realização do sentido - é só lembrar, por exemplo, da sensação de realizar um valor criacional ou um vivencial: como você se sente realizando um trabalho que faz sentido para você? Ou contemplando uma paisagem? Ou ainda, estando ao lado de alguém que você ama? Esse sentimento pode ser descrito como felicidade. 

Contudo, cabe uma ressalva: a felicidade não pode ser perseguida - ela é tão fluida como uma borboleta. E, assim como as borboletas precisam de um sentido para se aproximar, a felicidade precisa de um sentido para aparecer. 

"Você vai rir... Sem perceber...
Felicidade é só questão de ser,
Quando chover... Deixa molhar...
Pra receber o sol quando voltar."

* Link do youtube para a música: https://www.youtube.com/watch?v=s2IAZHAsoLI
* Música: Felicidade. Marcelo Jeneci. Som Livre (2011).

#LogoterapiaeMúsica

Agora, além do #LogoterapiaeFilmes, há também o #LogoterapiaeMúsica! 
A ideia é que possamos dialogar sobre também sobre músicas e seu conteúdo a partir da ótica da Logoterapia e Análise Existencial - afinal, como o próprio nome do blog ja diz, a Logoterapia é Óbvia :)

Sintam-se a vontade para comentar, opinar e interagir - de forma respeitosa, sempre :)

Tríade Trágica Positiva e Otimismo Trágico

Viktor Frankl, ao longo de sua obra, cunhou o termo tríade trágica. Existem duas "versões" da tríade trágica: a positiva e a negativa - porém, hoje, falaremos apenas da positiva

A tríade trágica positiva é marcada por sofrimento-culpa-morte, e diz respeito a uma manifestação de ordem antropológica, isto é, que é comum a todos os seres vivos. Afinal, quem nunca sofreu? Quem nunca sentiu culpa? Quem nunca morrerá?

"(...) não há um único ser humano que possa dizer que jamais sofreu, 
que jamais falhou e que não morrerá" (Frankl, 2011, p.94)

Essa tríade se encontra diretamente interligada aos valores de atitude (quem quiser rever os valores, só procurar aqui http://alogoterapiaeobvia.blogspot.com/2019/06/classes-de-valores.html) - contudo, é importante ressaltar que não é só ao sofrimento que os valores de atitude dizem respeito: há também a possibilidade de encontrar sentido diante de situações de culpa e morte. Mas como?
O sofrimento nos traz a possibilidade de ressignificação da nossa própria existência: amadurecer, aprender com ele, nos transformarmos em alguém diferente do que éramos. Afinal, quem sai da mesma forma diante de uma situação de sofrimento?

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A culpa é um tipo diferente de sofrimento, pois a pessoa se considera responsável por o estar infligindo a si mesma ou a outrem. O que usualmente não paramos para pensar é que a culpa, na verdade, é um privilégio do ser humano - PRIVILÉGIO SIM!, porque nos dá a possibilidade de refletir sobre aquilo que falhamos e, deste modo, baseado em nossos sentidos, valores, em nossa liberdade e responsabilidade, mudar a situação e a nós mesmos. 
Deste modo, o ser humano transforma a culpa em mudança quando toma uma atitude perante ela, quando a relaciona com sentidos, liberdade e responsabilidade, já que a culpa aparece na medida em que a pessoa não realiza as suas possibilidades de sentido. 
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A morte é um tema tabu em nossa sociedade. As pessoas tem medo de refletir sobre a finitude da vida - talvez porque vejam como um fim, como uma linha de chegada, mas não precisa ser assim! Porque quando falamos em morte também falamos em vida, falamos em sentidos realizados e a realizar até chegar no limiar, na "linha de chegada".  
A vida é perene, é um sopro. Mas isso não faz com que ela perca o valor: muito pelo contrário! Isso que a torna ainda mais valiosa :)


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Contudo, é importante ressaltar que acreditar que a vida tem um sentido auxilia o sujeito a suportar um grande sofrimento, a culpa ou a iminência da morte - justamente porque há a crença em um sentido último para toda a situação, para a vida de modo geral. A essa crença no sentido "apesar de tudo", Frankl denominou de Otimismo Trágico.

"dar testemunho do potencial, unicamente humano, que, em sua forma mais alta, deve transformar uma tragédia em um triunfo pessoal, deve mudar a situação difícil em que o indivíduo está em um sucesso humano"  (Frankl, 2005, p.33)

E você? Já parou para refletir sobre a forma como você tem enfrentado o sofrimento? Como você tem enfrentado as situações de culpa em sua vida? E a finitude?


Referências:
Imagens:
http://hoje.unisul.br/a-morte-como-imagem-da-vida/
https://www.r2psicologia.com.br/o-sentimento-de-culpa/
https://amenteemaravilhosa.com.br/culpa-patologica-sua-rede/

Livros:

- Frankl, V. E. (2005). Um sentido para a vida: psicoterapia e humanismo. Aparecida: Ideias e Letras. 
- Frankl, V. E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus. 

quarta-feira, 3 de julho de 2019

#LogoterapiaeFilmes 2: Os Minions, a massa e o dirigente


Os Minions são seres multicelulares, amarelos, que evoluíram ao longo de sua história de vida apenas com um propósito: servir aos vilões mais malvados da história (por mais que muitas vezes isso não dê muito certo - como é o caso do Drácula, T-Rex, entre outros). Eles apareceram pela primeira vez nos cinemas no filme "Meu Malvado Favorito", ao servir o grande vilão Gru (aparecendo também na sequência dos filmes e tendo um filme próprio, lançado em 2015. 


Além de vários fatores super interessantes - e super engraçados, diga-se de passagem - sobre estes serzinhos amarelos, há um que salta aos olhos: a servidão incondicional a uma determinada personalidade, que se torna o foco da idolatria dos mesmos. Eles se unem, perdem a sua individualidade (afinal, poucos são reconhecidos ou lembrados pelos seus nomes, sendo usualmente reconhecidos pelo plural, coletivo: os minions) em prol do seu ídolo.
Frankl (2018) trata esse fenômeno como o terceiro sintoma patológico do espírito da época: a massificação. É importante ressaltar que há uma distinção entre individual, coletivo e massa. O coletivo é importante, uma vez que é no seio desta que podemos realizar plenamente o nosso ser-aí; é na interação do homem com o mundo externo que há a realização de sentidos e valores. Além disso, o coletivo precisa das personalidades individuais, na medida em que não podemos deixar de considerar a importância da soma de diferenças dentro de qualquer coletivo. Nesse sentido, o coletivo auxilia o individual, assim como o individual alimenta o coletivo. Há uma relação de contribuição, retroalimentação - o que não acontece com a massa
Nos movimentos de massificação, a individualidade é prescindível: torna-se um embaraço, algo que necessita ser podado em prol do nivelamento. As liberdades individuais são castradas em prol do ideal de igualdade sem o menor traço de personalização. Os sujeitos são levados a deixar as suas diferenças individuais de lado em prol do espírito de rebanho. 
Mas por que isso acontece? Segundo Frankl (2018), isso se deve em grande parte ao fato de que o sujeito médio abomina a noção de responsabilidade. Para isso, tenta ao máximo fundir-se à massa - a sua vontade passa a ser a vontade do coletivo. Sendo assim, quem é o responsável pelos seus atos? qualquer outro (as instituições, a sociedade, aqueles que se atrevem a se personalizar em meio a um movimento crescente de despersonalização) que não ele mesmo.  
Aliás, é importante ressaltar que a liberdade e a responsabilidade só podem ser atreladas a sujeitos individuais. Sendo assim, não há como culpar o coletivo (essencialmente impessoal) por algo - aliás, que o faz, usualmente busca apenas justificar o que lhe é mais cômodo, tentando eximir-se de qualquer responsabilidade - afinal, quem nunca ouviu coisas como "mas todo mundo faz isso..." quando alguém está tentando se justificar de algo considerado errado, não é mesmo?
Quem são os sujeitos que voltam-se, com todo o seu ser, para esse tipo de comportamento? São aqueles que não admitem a possibilidade de um pensamento que seja diferente do seu. Que não admitem a possibilidade de uma existência diversa da sua. Aquele que, de tão afogado na massa, não percebe o ser pessoal do outro, pois não é válido aquilo que o outro pensa, apenas a sua própria opinião - que, por sinal, é permeada pela opinião do outro, chamada de "opinião pública". Frankl (2018) os chama de fanáticos
É justamente o caráter de se permitir enlaçar pela opinião pública que torna o fanatismo perigoso - porque enquanto a opinião pública se apodera de homens isolados, alguns homens isolados se apoderam da opinião pública. E quem são esses? Aqueles que governam . Aqueles que dirigem a massa. Aqueles que, assim como o Gru, trazem um ideal como se fosse seu (ALERTA SPOILER: depois, como vemos nos outros filmes da sequência do "Meu Malvado Favorito", nem era bem assim). 

Nesse sentido, cabe uma citação de Hitler (citada por Frankl, 2018, p.53) na qual ele diz: "é uma sorte para os governantes que os homens não pensem, mas permitam que por eles se pense".


Referências: 
- FRANKL, V. Psicoterapia para Todos: uma psicoterapia coletiva para contrapôr-se à neurose coletiva. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.
- Meu Malvado Favorito. Universal Pictures/  Illumination Entertainment, 2010.
- Meu Malvado Favorito 2. Universal Pictures/  Illumination Entertainment, 2013.
- Meu Malvado Favorito 3. Universal Pictures/  Illumination Entertainment, 2017.
- Os Minions. Universal Pictures/  Illumination Entertainment, 2015.

Imagens: