sábado, 1 de dezembro de 2018

A Logoterapia é Óbvia

Algumas pessoas já me perguntaram o por quê do nome do blog ser "a logoterapia é óbvia". Bom, não dá para comentar isso sem contar um pouco da minha história - e do meu encontro com a Logoterapia.
Eu conheci a Logoterapia na metade da minha graduação - lá pelo quinto período. Eu estava em um momento de decisão em vários aspectos da minha vida, entre os quais sobre a abordagem teórica que eu escolheria (o que, aliás, é um drama bastante comum na vida do estudante de psicologia):  Fenomenologia Husserliana ou Psicanálise? Decisão difícil! As demais eu já havia conhecido e não tinha tido identificação com elas...

Além da abordagem teórica, eu estava conhecendo também outros campos de trabalho dentro da psicologia. Nesse meio de descobertas, eu comecei a trabalhar na empresa Junior de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão - a NovaMente e, como parte dos nossos trabalhos, nós assessorávamos diversos eventos relacionados à Psicologia. E, em meio a uma dessas assessorias, fomos chamados para trabalhar em um evento do Instituto Geist - e eu fui escalada para trabalhar diretamente com Tatiana Carvalho. 

(Eu e minha grande mestra, Tatiana Carvalho, no dia da apresentação da minha monografia - uma das primeiras da UFMA sobre Logoterapia)

Cabe ressaltar, mais uma vez, que eu não conhecia a Logoterapia e Análise Existencial. Ao longo da minha graduação eu não tive contato nenhum com Viktor Frankl e sua obra - então vocês devem imaginar qual foi a minha surpresa, nos dias do evento do Instituto Geist, ao ter contato com a Logoterapia e, para além disso, ter me identificado de primeira com ela

Sim, a Logoterapia fez total sentido para mim. A sua visão de homem, a sua visão de mundo, suas noções de liberdade e responsabilidade, sua visão otimista - mas não "iludida", porque não fecha os olhos para a realidade do mundo, muito pelo contrário: se permite apreender possibilidades apesar dessa mesma realidade -, entre tantas outras coisas, fizeram total sentido porque, de certo modo, iam de encontro a uma visão de homem e de mundo que já fazia parte de mim. Eu costumo dizer que houve um encontro, não necessariamente uma descoberta.
Eu lembro que uma das primeiras coisas que eu pensei foi: "gente, como a Logoterapia é óbvia!".
Mas antes, calma: não é minha intenção desmerecer ou diminuir a Logoterapia. Muito pelo contrário. Em minha opinião, a sua validade e fidedignidade estão ligadas ao fato de que a Logoterapia e Análise Existencial está conectada ao mundo-da-vida (além, é claro, da forma como Frankl escreve os seus livros. Ele escrevia "para ser compreendido"). À vivência do cidadão comum, do homem mediano. Aquele que não possui um diagnóstico, não foi carimbado pelos manuais médicos da vida. Mas que nem por isso perde a sua importância. 
Nesse sentido, sim, a Logoterapia é óbvia. Olhe ao seu redor, olhe para as suas vivências! A sua vida, a sua história, as suas experiências - experiências positivas e negativas, suas vitórias e suas frustrações - estão cheias de sentidos. Há valores criativos em sua vida (há sentido naquilo que você faz, independente do que seja); há valores vivenciais em sua vida (suas experiências, seus relacionamentos afetivos); assim como há valores atitudinais também (aquelas situações em que você acha que não há saída... Mas que você acaba encontrando uma). Há sentido em seu levantar pela manhã, em sua rotina, na leitura deste texto. O mundo está cheio de sentidos! 

Assim, como não afirmar que a Logoterapia está no mundo-da-vida? Como não afirmar, de certo modo, que ela é óbvia por estar atrelada à vivência do sujeito? 

Alguns anos depois, em minha experiência como docente, eu descobri que as coisas não haviam mudado muito. A Logoterapia continuava pouco (para não dizer não) falada na graduação - tanto que alguns alunos (e, pasmem! alguns profissionais da psicologia também) ainda possuem visões errôneas sobre a mesma, associando-a a uma visão religiosa, entre outros. Percebi, então, a necessidade de falar mais sobre isso - seja através de grupos de estudos, seja através da minha página no instagram, seja através deste blog - com o intuito de fazer com que mais e mais pessoas conheçam a Logoterapia e Análise Existencial e percebam, também, o quanto ela é profunda. O quanto a Logoterapia é óbvia ;)

(Prazer. Meu grupo de estudos ;) )


(Primeira reunião do meu grupo de estudos, o Diá-Logos :) )